Dia 15 de março foi Dia do
Consumidor e, apesar de termos no Brasil um dos melhores Códigos de Defesa e de
termos conseguido graças ao trabalho do Procon e de sites de denúncia, uma
série de avanços no que se refere ao desrespeito, ainda não há melhor lei que a
atenção dos consumidores na hora de adquirir um produto. E estou dizendo isso
por experiência própria.
Que as empresas de telefonia
móvel no Brasil não sejam o suprassumo da qualidade isso todos aqueles que
possuem um celular sabem. Também não é novidade que para “fidelizar” os
consumidores, as mesmas lançam mão de uma série de artifícios, que vão de
tarifas supostamente promocionais a aparelhos gratuitos. Pois há algumas
semanas me ligaram de uma das lojas autorizadas da operadora do meu celular me
oferecendo um aparelho grátis ou outros aparelhos com desconto.
O celular do meu marido quebrou e
então sábado, dia 15, Dia do Consumidor, fomos até a loja para conferir a tal
oferta. Chegando lá não havia aparelhos de graça, mas apenas a possibilidade de
conseguir um desconto na compra de um graças ao meu programa de pontos. Marido
viu um celular bem simples, sem muitos recursos, que atendia muito bem as
necessidades dele e com um preço de aproximadamente R$ 120,00. O valor não é
dos melhores, mas com o desconto que eu conseguiria resgatando meus pontinhos,
ele cairia para R$ 60,00. Resolvemos levar o aparelho e então, quando a
atendente começou a fazer o procedimento, ela me explicou quais eram as
condições: com o resgate do aparelho eu assinaria um contrato por mais um ano
com a operadora (até aí nenhuma novidade) e eu continuaria pagando R$ 35,00
(valor fixo que eu já pago hoje e que é revertido em créditos para ligações ou
mensagens e que acumula quando não utilizado totalmente) MAS passaria a poder
utilizar apenas R$ 29,90 em créditos, pois a diferença de R$ 5,10 ficaria para
o uso da internet via celular. Detalhe: eu passo o dia inteiro trabalhando no
computador e NÃO ACESSO a internet através do meu celular. Tentei explicar isso
para a moça, mas ela disse que essa regra valeria para todos os novos planos e
que eu só continuaria podendo usar todos os R$ 35,00 se eu não resgatasse o
telefone. Antes que ela pudesse mudar de tela, fiz algumas rápidas
considerações em voz alta:
- Como
não uso a internet, eu perderia com o novo plano R$ 5,10 por mês, o que em um
ano dá R$ 61,20
- Eu
uso geralmente todos os créditos no mês, sobrando algo tipo R$ 1 ou 2 para o
mês seguinte e com o novo plano eu seria obrigada a carregar mais R$ 5,00 de
créditos todos os meses, o que em um ano dá R$ 60,00
- A
soma do que eu perderia com o novo plano é de R$ 121,20.
- A
esse valor devem ser somados mais R$ 60,00 aproximadamente que eu pagaria no
celular novo.
Conclusão: o aparelho para o qual
supostamente a empresa está me dando um desconto sairia, na minha situação, a
bagatela de R$ 181,20.
Peguei meus documentos de volta,
agradeci a gentil moça e saí da loja perguntando ao meu marido que raio de
promoção era aquela onde eu sairia perdendo, já que nem possibilidade de
escolha do serviço a empresa me dava?
A resposta dele foi: “Você pensa
a respeito do que eles dizem e analisa as informações que eles dão, mas
infelizmente muitas pessoas não fazem isso e ficam cegas e surdas ao ouvirem a
palavra promoção". É triste, mas
o que ele disse é verdade, pois muitas vezes vejo gente até bem informada cair
nesse tipo de conversa.
Quem me acompanha no blog e
pessoalmente sabe que sou a primeira a fazer propaganda de um estabelecimento
que eu gostei, mas também falo dos lugares que me desagradaram, pois acho fatos
como o que relatei uma enorme falta de respeito das empresas. Cada vez mais
acredito que uma possibilidade da situação melhorar está na consciência dos
consumidores na hora de comprar. É imprescindível analisar, avaliar, fazer
contas e comparar preços, serviços, produtos e qualidade e, se for o caso, dar
meia volta e sair do estabelecimento sem levar nada. E até denunciar para o
Procon se o abuso foi demais. Quero ver se as empresas vão ficar de braços
cruzados quando as vendas despencarem ou as intervenções do Procon chegarem a
números estratosféricos!