Olás!
Apresento a vocês o primeiro post da série Cliques, da qual já falei
aqui. Começo apresentando a cidade italiana de Bologna, ou Bolonha em português. O texto, apesar de ter sido escrito por mim em 2005, durante minha viagem pela Itália, é inédito, pois nunca foi mostrado a ninguém.
Bologna respira arte. Todos os lados para os quais o olho corre nos oferecem uma joia, uma obra prima, como um pequeno diamante lapidado com todo o cuidado e experiência. As ruas e ruelas se parecem bastante umas com as outras, embora todas tenham algo de singular. É estranho e relativamente difícil conseguir se orientar aqui sem ao menos um mapa turístico: uma simples volta no quarteirão corre o risco de se tornar uma maratona. Mas vale a pena. Ao longo do caminho a cidade se mostra, se oferece a quem a visita e retribui com paisagens surpreendentes. Não grandes vistas, estas reservadas à Piazza Maggiore, mas pequenas janelas, gotas de imagens. A cada curva uma surpresa e a casa pórtico um encanto.
No centro todos os prédios antigos tem loggias, coberturas sobre os passeios à frente dos estabelecimentos comerciais. Todos os tetos são abobadados e todos os pisos revestidos com pedras e mosaicos, dos mais simples aos mais refinados. Os passeios levam, na maioria das vezes, a livrarias: da Feltrinelli Mega Store a pequenas banquinhas que oferecem livros com descontos de 50%. É uma cidade universitária e a impressão que se tem é de que a maioria de seus moradores são jovens. Sem falar na estranha impressão que causa a rua da Universidade: os muros estão cobertos por anúncios de compra-se, vende-se, oferece-se, procura-se, de grafites, de propagandas. Não é difícil encontrar uma rodinha de estudantes tocando violão e fumando cigarros baratos. Uma ilha a parte. Mas a atmosfera da cidade não muda, continua aconchegando sem sufocar.
Às vezes Bologna parece não estar nem aí com o visitante e então, quando este está mais distraído, ela prepara uma de suas tantas surpresas, de uma ruela nova a um motorista de ônibus extremamente gentil disposto a ajudar uma italiana e uma alemã perdidas na cidade.
É dessas pequenas coisas que Bologna é construída. Os tijolinhos ocre de deus prédios antigos são coadjuvantes.
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Fonte no Parco della Montagnola |
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Porta Galliera |