Comecei, finalmente, o meu tão desejado curso de aquarela. Há muito tempo eu
queria fazer um curso na área de desenho e/ou pintura, para fugir um pouco do
mundo computadorizado dos desenhos técnicos, mas a oportunidade nunca havia
surgido. Até que apareceu esse curso com a CrisKimi, pessoinha multifunção,
dona do blog Snak in Box e autora de obras inspiradoras.
A
aquarela me fascina por sua personalidade no momento da execução e pelo tanto
de paciência que ela extrai de seus executores: preparar a tinta, acertar a
intensidade do tom, pintar o papel e esperar secar são todas ações de um
processo não indicado para pessoas afobadas. A aquarela tem o tempo dela para
acontecer, e se conseguir respeitar esse tempo, o autor certamente conseguirá
resultados a dizer pouco interessantes.
Durante
a primeira aula minha mente se esvaziou completamente, entregue àquele ato de
testar movimentos do pincel no papel, de perceber a transparência da tinta, de
descobrir quais as consequências da quantidade de água usada, de simplesmente
ignorar a tentação de representar algo concreto no papel e apenas fazer o
pincel correr, ora em círculos, ora em linhas, mais ou menos compridas.
Na
aquarela - como a Cris diz - não há como voltar atrás e por mais que você jogue
água, sempre restará no papel uma sobra do pigmento que ali foi colocado e
confesso que para alguém como eu essa perspectiva é bastante incômoda, para não
dizer assustadora. Esse será meu desafio: me dar o direito de errar na cor e
perceber como posso extrair algo de positivo daquela pincelada aparentemente
errada. Será? Aguardemos cenas das próximas aulas!