quarta-feira, 24 de abril de 2013

Iniciando um novo projeto: Aquarelas


Comecei, finalmente, o meu tão desejado curso de aquarela. Há muito tempo eu queria fazer um curso na área de desenho e/ou pintura, para fugir um pouco do mundo computadorizado dos desenhos técnicos, mas a oportunidade nunca havia surgido. Até que apareceu esse curso com a CrisKimi, pessoinha multifunção, dona do blog Snak in Box e autora de obras inspiradoras.
A aquarela me fascina por sua personalidade no momento da execução e pelo tanto de paciência que ela extrai de seus executores: preparar a tinta, acertar a intensidade do tom, pintar o papel e esperar secar são todas ações de um processo não indicado para pessoas afobadas. A aquarela tem o tempo dela para acontecer, e se conseguir respeitar esse tempo, o autor certamente conseguirá resultados a dizer pouco interessantes.
Durante a primeira aula minha mente se esvaziou completamente, entregue àquele ato de testar movimentos do pincel no papel, de perceber a transparência da tinta, de descobrir quais as consequências da quantidade de água usada, de simplesmente ignorar a tentação de representar algo concreto no papel e apenas fazer o pincel correr, ora em círculos, ora em linhas, mais ou menos compridas.

Na aquarela - como a Cris diz - não há como voltar atrás e por mais que você jogue água, sempre restará no papel uma sobra do pigmento que ali foi colocado e confesso que para alguém como eu essa perspectiva é bastante incômoda, para não dizer assustadora. Esse será meu desafio: me dar o direito de errar na cor e perceber como posso extrair algo de positivo daquela pincelada aparentemente errada. Será? Aguardemos cenas das próximas aulas!

terça-feira, 23 de abril de 2013

La bella polenta

Diferentemente de muitas amigas, não tenho medo de panela de pressão. Aliás, tenho menos medo de abrir uma panela de pressão quente do que de me queimar tirando uma assadeira do forno microondas. Cresci vendo minha mãe cozinhando batatas para fazer purês, sopas com os mais variados legumes, carnes perfumadas de cravo e folhas de louro, risotti com aquela casquinha queimadinha no fundo deixada de propósito, que considero a panela de pressão um item tão indispensável na cozinha quanto o fogão e a geladeira.
A primeira a entrar aqui em casa, grande, de alumínio grosso, foi presente de casamento de uma amiga, cujas palavras ecoam na minha cabeça até hoje: "Não é um presente chique, é prosaico". A segunda veio na bagagem da minha tia, importada, de aço, tamanho médio, perfeita para dias de pressa e preguiça. E foi nela que preparei uma polenta cujo resultado me surpreendeu. Muito diferente de outras que já preparei, essa ficou aveludada, cremosa na medida certa, bem ao estilo comfort-food. Tão boa que não deu tempo nem de bater uma foto...
A receita é extremamente fácil, mas requer alguns cuidados. Para prepara-la são necessários:

- 3 copos de água e 1 copo de leite (podem ser 4 copos de água, mas garanto que o leite faz toda a diferença)
- 1 colher rasa de sal grosso
- 200 g de fubá mimoso
- um bom naco de manteiga

Comecei aquecendo a água e o leite na panela de pressão, com o sal. Quando essa mistura ferver, é hora de abaixar o fogo e  acrescentar o fubá, aos poucos, de preferência com o auxílio de uma peneira grossa, sempre mexendo com um batedor até que toda a farinha esteja incorporada ao líquido. Esse é o primeiro cuidado: a farinha tem que cair aos poucos sobre o líquido quente e o braço que mistura tem que ser rápido para não empelotar tudo. Essa mistura vai engrossar e é necessário continuar mexendo para que a farinha hidrate bem, o que leva cerca de 5 minutos. Se a polenta começar a ficar grossa demais, é bom acrescentar mais um pouquinho de água (de preferência quente), pois ela tem que ficar espessa mas cremosa. Aí é só tampar, esperar a panela começar a fazer seu barulhinho característico e esperar uns 15 minutos. Mas atenção! A quantidade de calor que vai para o fundo da polenta depende da panela de pressão e da intensidade da chama do fogão. Depois de 7 minutos de cozimento, é bom dar uma conferida (abrindo a panela SÓ DEPOIS QUE ELA PARAR DE FAZER BARULHO) para evitar que tudo queime. Uma vez cozida a polenta, acrescentei um naco de manteiga, que dá brilho e sabor e, não contente, ainda amassei um bom pedaço de queijo gorgonzola com um garfo e misturei até o creme dourado ficar pontilhado de verde. 
Essa polenta saiu incrementada, mas a tradicional também fica deliciosa, temperada com um pouco de sal e pimenta do reino, ou acompanhada com um bom molho de carne, ou com queijo parmesão gratinada no forno, ou com molho de funghi secchi ou com o que mais a imaginação sugerir!

sábado, 20 de abril de 2013

ORGANIZADA EU?


Hoje certamente muito mais que há um ano. Eu sempre gostei de agendas, caderninhos, planilhas excel, listas, mas até um tempo atrás, apesar dos meus esforços, me perdia em meio à minha pseudo-organização. Li vários livros a respeito de organização, acompanhei muitos blogs, procurei inúmeros softwares que pudessem ajudar, mas percebi que para me tornar uma pessoa realmente organizada eu tinha que mudar algo em mim. Enquanto eu não conseguisse operar essa mudança, nem mesmo David Allen em pessoa daria um jeito! Essa mudança foi catalisada por acontecimentos especiais na minha vida privada e profissional, que aumentaram bastante a minha carga de trabalho e de coisas a fazer. De toda essa carga, uma (ínfima) parte poderia ser eliminada e uma (pequena) parte poderia ser delegada, mas o resto era todo meu e ainda tinha que me sobrar tempo para me cuidar, porque afinal de contas, ninguém é de ferro! Com mais coisas a fazer e o mesmo número de horas disponível, algo tinha que mudar. Consegui finalmente mudar aquele “algo em mim” e colocar em prática uma boa parte dos conselhos lidos: ganhei produtividade (consigo fazer mais coisas em menos tempo) e qualidade de vida (as noites e o fim de semana ficaram livres para descansar).
Comecei o processo seguindo uma dica que está em todos os textos sobre organização: tenha uma agenda e use-a! Por experiência própria garanto que é muito mais saudável anotar os compromissos na agenda do que gastar neurônios pensando: “O que era mesmo que eu tinha marcado para hoje??”. É bem desagradável ligar para o consultório do médico para confirmar o horário (porque não estava anotado na agenda e o papelzinho de lembrete sumiu) e ouvir do outro lado da linha uma voz compreensiva que diz: “Querida, a sua consulta estava marcada para ontem. Agora só consigo remarcar para daqui a dois meses”.
Depois de vários modelos, decidi fazer a minha própria agenda (#insana). Diagramei as páginas inserindo os campos que eu realmente uso e que me ajudam a “categorizar” o meu dia. Imprimi todas as páginas e minha querida irmãzinha, dona do blog As Peripécias de Fulvia, costurou pacientemente todas as páginas divididas em blocos, para formar uma encadernação tipo livro. Como se não bastasse, ela ainda fez uma capa linda e exclusiva, com espaço para canetas na frente e porta-papeizinhos na parte interna. Deu um trabalho considerável, não nego, mas estou bem satisfeita com o resultado, pois agora não fico com a sensação de ter comprado aquela agenda cara para usar apenas um terço do espaço disponível nas páginas. Estou mais satisfeita ainda porque ela realmente está me servindo como ferramenta para organizar melhor – e de forma mais realista – os meus dias.

Com a agenda em mãos, a segunda dica no ranking é: faça listas. Mas isso é assunto para outro post e já está anotado para eu não esquecer!